O TIC-TAC...
Bem ao longe ouvia aquele barulho... O tic-tac do relógio chegava à lhe importunar... Parecia um som ecoando dentro de sua alma... Tic-Tac... Tic-Tac...
Tinha que decidir-se... Não havia mais tempo, pois o tempo naquele instante tornara-se seu inimigo.
A decisão teria que ser tomada. Tinha na verdade apenas duas opções, e infelizmente não sabia por qual delas decidir-se. Dúvida cruel. O que fazer, pensava!...E a angústia tomava conta do seu momento.
Na verdade, não estava bem. Sentia-se cansada.
O barulho tornava-se naquele instante ensurdecedor, parecendo querer furar seus tímpanos, dando-lhe a impressão que cobrava-lhe sua decisão. Sentia-se acuada, indecisa, a resposta tomava-lhe tempo, e o tempo desperdiçado pela indecisão, consumia o tempo que lhe restava. Maldito relógio, maldito tic-tac, maldito tempo sem tempo, pensava!..
O que faço?.. Será que me entenderão?... Qual justificativa darei?... Será correto agir assim?..
Esfrega os olhos com maior intensidade, olhando fixamente para o relógio e percebe que os segundos passaram tão rápidos, que consumiram alguns minutos.
Percebe que não podia esperar mais, tinha que decidir-se. O som do tic-tac avisava que o tempo naquele instante, corria contra o tempo.
Keila não sabia ainda o que fazer, estipulando ainda algum tempo de reflexão, para poder tomar a decisão certa. Tenta pensar e refletir. Tenta confabular consigo mesma, procurando a resposta certa e a atitude correta. E o relógio ali, incólume, fazendo o que apenas lhe foi ensinado. Tic-Tac!.. Som absurdo, de cobrança, de indecisão, insensível e incoerente. Som da passagem do tempo. Parou, pensou, resolveu e enfim decidiu-se.
Hoje eu não vou trabalhar!...